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Setor produtivo espera sinais concretos de correção nos rumos da economia

Paraná teve crescimento de 7,8% no setor industrial. Presidente da Fiep comenta o cenário econômico e os desafios que os industriários deverão enfrentar

29/05/2019

Setor produtivo espera sinais concretos de correção nos rumos da economia

No primeiro trimestre deste ano, segundo dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), o Paraná registrou um crescimento no setor industrial de 7,8%, diferente da queda de 2,2% do cenário nacional.

Para o presidente da Federação das Indústrias do Estado do Paraná (Fiep), Edson Campagnolo, os bons resultados demonstram o potencial do estado. “Foi o maior índice desde 2013, em grande medida devido às perspectivas abertas com o resultado das últimas eleições. Desses, 35,62% previam novos investimentos. E, no começo do ano, essa expectativa até se concretizou para alguns setores, o que fez com que a indústria do Paraná tivesse um desempenho acima da média nacional”, explica o presidente.

No entanto,Campagnolo comenta que agora os industriários estão à espera do governo conseguir aprovar medidas que melhorem o ambiente de negócios do país. “Não seria possível exigir dos governos estadual e federal, que assumiram este ano, que a economia já estivesse a pleno vapor, inclusive porque o cenário internacional não é dos mais favoráveis. Mas o setor produtivo precisa de sinais mais concretos de que os rumos da economia estão sendo corrigidos, começando pela aprovação da Reforma da Previdência pelo Congresso Nacional. Feito isso, as coisas tendem a melhorar”, disse.

Desafios

O presidente destaca que o setor tem diversos desafios, nacionais e estaduais. No cenário nacional, Campagnoloaponta que sãonecessárias medidas para melhorar o chamado Custo Brasil. “São questões referentes ao excesso de burocracia, carga tributária elevada e complexa, dificuldades de acesso ao crédito e muitas outras”, disse.

No cenário estadual, a tributação e logística ainda são determinantes para o setor. Na tributação, Campagnolodefende a revisão tributária. “A gestão anterior do governo estadual, para equilibrar suas finanças nos últimos anos, promoveu aumentos em alíquotas do ICMS que afetaram vários setores”, explica.

Na logística, ele aponta que ainda são necessários investimentos em portos, aeroportos, ferrovias e rodovias. A revisão do custo do pedágio no estado também é citada como um dos pontos que precisam ser melhorados. “Apesar de recentes ações do Ministério Público e do Judiciário terem resultado em reduções em alguns dos valores cobrados, o Paraná tem tarifas de pedágio extremamente altas, sem que tenha sido realizada a maioria das obras previstas nos contratos de concessão originais. Isso aumenta o custo de produção no Estado, dificultando a concorrência com empresas instaladas em outras regiões”, disse.

Expansão

Segundo o presidente da Fiep, o setor industrial pode ser expandido através de medidas do governo estadual e federal que ajudem a estimular o crescimento. Mas ele destacou que os industriais também precisam adotar novas tecnologias para ampliar a produção. “Especialmente às ligadas ao conceito de Indústria 4.0, que vão desde a automação digital de linhas de produção até a incorporação de serviços digitais nos produtos”, explica.

Por isso, é preciso que se olhe para a capacitação de trabalhadores. “São necessários investimentos em capacitação e adequação dos trabalhadores a essas novas tecnologias, lançamento de novos produtos e procura por novos mercados. No Paraná, muitas indústrias estão atentas a esse movimento e, em maior ou menor grau, já implantam ou estudam implantar tecnologias nessa área. Essa transição ainda deve levar alguns anos, mas precisará ser feita”, disse.

Cenário

Para o consultor econômico Vilson Trevisan, para desenvolver o país economicamenteé preciso primeiro que o ensino se adapte às mudanças ocorridas com a expansão tecnológica. “Há 20 anos, o telefone era o meio de comunicação mais rápido, entretanto não era permitido o seu acesso a todos. Hoje, com a telefonia móvel, todos se comunicam, e os preços dos serviços ficaram cada vez mais baixos”, explica.

Junto a isso, o consultor destaca a necessidade da revisão tributária. Os tributos são apontados por ele como uma das razões para que o país, um dos principais no setor agrícola, fique sem transformar produtos in natura em produtos semi ou industrializados. “Cada real pago de salário o empresário desembolsa mais 80 centavos e o governo consome dos empresários e dos empregados 51,57% sobre a remuneração, que depois ao gastar esse capital de esforço para cada item comprado ele paga ao governo mais 36%”, explica.

Para ele, é preciso tirar o peso do governo. “Para que a economia volte a atrair investidores, e nosso pessoal interno voltar a investir, é necessário reformular o país, tirar o peso do governo sobre a produção, investir no futuro dos nossos irmãos que ainda estão por nascer, buscar se adequar às novas necessidades do mercado, seja do trabalho, como do consumo”, disse.

Texto: Karin Franco

Foto: Pixabay, Gelson Bampi/Sistema Fiep

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