15/05/2025
O Paraná registrou um aumento de 43,43% na cobertura de prevenção à tuberculose entre 2021 e 2024, segundo informa a Divisão de Doenças Crônicas e Infecções Sexualmente Transmissíveis (DCIST) da secretaria estadual da Saúde (Sesa). Esse avanço foi possível com a ampliação, principalmente, do Tratamento Preventivo da Tuberculose (TPT) para pessoas que tiveram contato com pacientes diagnosticados e pessoas vivendo com HIV. Em 2021, foram notificados 769 casos de tratamento preventivo, número que saltou para 1.103 em 2024.
O TPT é uma importante estratégia para interromper a cadeia de transmissão da doença, prevenindo o desenvolvimento da forma ativa da tuberculose em indivíduos infectados pelo bacilo, mas ainda não doentes.
De acordo com Juliana Taques, que atua na Divisão e é responsável técnica do Plano Estadual pelo Fim da Tuberculose, a expansão no uso do TPT contribui de maneira decisiva para reduzir a incidência e a propagação da doença, uma das mais infecciosas, com impacto global significativo.
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“O tratamento preventivo interrompe a transmissão da doença e reduz casos ativos. Nesse sentido, a avaliação dos contatos, seguida do diagnóstico precoce é o princípio, é por onde começamos esse rastreamento. Com isso, podemos iniciar o tratamento, que é a forma mais simples e eficaz nesse controle, além claro da conscientização das pessoas”, explica Juliana Taques. “A possibilidade de intervenção precoce e prevenção da forma latente da tuberculose podem mudar todo o cenário da doença”, enfatiza.
Teste
No reforço ao enfrentamento à doença, a Sesa disponibiliza desde 2022 os testes IGRA (Interferon-Gamma Release Assay) nas Regionais de Saúde de Ponta Grossa, Maringá, Toledo, Londrina e no município de Curitiba. Nesse período já foram realizadas 3.914 testagens. O teste IGRA é um exame de sangue utilizado para diagnosticar a infecção latente por tuberculose, ou seja, quando a bactéria Mycobacterium tuberculosis está presente no organismo, mas não está causando a doença ativa.
Além disso, a rede estadual conta com laboratórios equipados com o Teste Rápido Molecular para Tuberculose (TRM-TB), um recurso avançado que agiliza o diagnóstico da doença.
Saúde pública
A tuberculose é um grave problema de saúde pública no Brasil e no mundo. Em 2024, a Organização Mundial da Saúde (OMS) registrou mais de 10 milhões de casos de tuberculose globalmente, com um aumento constante desde 2021.
No Paraná, em 2023, foram registrados 2.642 casos, com 210 óbitos. Em 2024, houve pequeno aumento no número de casos, 2.707 registros, e redução de óbitos, com queda para 193. Já em 2025, desde o início do ano, foram 761 casos, de acordo com dados do Sistema de Informação de Agravos de Notificação (Sinan).
A meta é reduzir o número de óbitos por tuberculose em 95% até 2030. “O óbito por tuberculose é considerado um evento evitável. Ao realizar a vigilância dos óbitos é possível conhecer a trajetória que a pessoa percorreu na rede de atenção à saúde para que seja possível evitar outros casos”, ressaltou a diretora de Atenção e Vigilância da Sesa, Maria Goretti David Lopes.
Vacinação
Uma das formas de proteção contra formas graves da doença é a vacina BCG. Em fevereiro de 2024 o Estado iniciou a implementação desse imunizante em maternidades, agora com 29 maternidades de alto risco, além da Mater Dei, em Curitiba.
A aplicação da vacina BCG é preconizada pela Organização Mundial da Saúde (OMS) e pelo Ministério da Saúde (MS) nas primeiras horas de vida ou nos primeiros 30 dias de vida.
Aprimoramento
Desde a segunda-feira (12), o Laboratório Central do Estado (Lacen) recebe a visita técnica do Ministério da Saúde para o aprimoramento conjunto das ações de controle da tuberculose no Estado. A partir desta visita, serão propostas ações estratégicas para aprimorar o diagnóstico laboratorial e a gestão do processo e controle da doença.
O foco da visita foi o Setor de Micobactérias do Lacen para acompanhamento das atividades de diagnóstico e das instalações. Participaram a equipe técnica responsável pelo Laboratório de Tuberculose do Lacen e da DCIST da Sesa; representantes do Laboratório de Referência Regional (Lacen/ES), do Laboratório de Referência Nacional/Fiocruz e do Ministério da Saúde.
Agência Estadual